A Mulher que chora e vê
- Girlande Oliveira
- 20 de jun.
- 2 min de leitura

Há uma mulher dentro de você que o mundo não vê.
Ela acorda cedo, mas sua alma ainda está deitada. Ela sorri para fora, mas sangra por dentro. Ela cuida de todos, mas ninguém pergunta quem segura sua mão quando o chão some.
Essa mulher é A Mulher Que Chora e Vê.
Ela não chora por fraqueza. Ela chora porque vê.
Ela vê o que já não cabe.
Vê o que finge ser amor, mas é fome.
Vê o quanto deu e o quanto foi esquecida.
Vê o ciclo que se repete. Vê que chegou o fim.
Mas ainda assim, ela fica. Ainda assim, ela ama.
Ela espera. Ela acredita. Ela perdoa. Ela se parte.
Hoje, escrevo para você — mulher que está em silêncio e luto, que talvez tenha se esquecido de como era seu rosto antes da dor. Que talvez tenha esquecido que o seu corpo é templo, que sua voz é oráculo, que suas lágrimas são portais.
Você é esta mulher.
E hoje, no limiar do tempo, entre um ciclo que termina e outro que ainda não começou, te convido a não esconder mais sua dor.
Porque quando ela é vista, ela se transmuta.
🌒 Chore. Mas chore com intenção.
🌕 Chore para lavar, para lembrar, para libertar.
🌘 Chore como quem deixa morrer uma versão que já cumpriu sua função.
Pois logo após A Mulher que chora e vê, nasce A Mulher que sabe e escolhe.
Ela não suplica mais. Ela consagra.
Ela não insiste mais. Ela cria.
Ela não busca mais fora. Ela se torna.
No dia 20 de junho, ao atravessar esta data limiar, entre o que foi e o que virá, permita-se honrar essa mulher invisível que te habita.
Ela não é seu fim.
Ela é sua travessia.
E quando sua lágrima tocar a terra, saiba:
Você acabou de plantar uma nova versão de si.
Com amor e reverência,
Girlande Silva
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