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  • Entre salvar e soltar: o mapa das quatro forças

    Hoje, ouvindo “Born With a Broken Heart”, do Damiano David, parei no verso “Baby, you can’t fix me”. Na mesma hora lembrei de Coldplay e do “And I will try to fix you”. Entre essas duas frases está a virada que muitas de nós precisam fazer. De um lado, a vontade de salvar. Do outro, o limite de quem sabe que cada um tem o próprio caminho de cura. Para sair do papel de consertar tudo, uso um mapa simples que me ajuda a cuidar de mim e das minhas escolhas. O mapa de quatro forças Pense em uma bússola com quatro pontos. Cada ponto é uma força que existe dentro de você e aparece na sua vida diária. Terra É a sua base. Corpo, rotina, limites, dinheiro organizado, casa em ordem mínima. Quando a terra está cuidada, você se sente segura e presente. Exemplos. Beber água. Dormir no horário. Fazer uma lista curta para o dia. Pagar uma conta. Deixar a mochila de amanhã pronta. Ar É a clareza. Pensamentos, estudo, conversa honesta, perspectiva. Quando o ar está ativo, você entende o que sente e consegue nomear as coisas. Exemplos. Escrever três linhas sobre o que é verdade hoje. Pedir uma conversa objetiva. Ler algo que ilumina. Fogo É a ação. Coragem, foco, decisão possível. Quando o fogo acende na medida certa, você sai do lugar. Exemplos. Fazer aquela ligação. Enviar uma mensagem. Caminhar cinco minutos. Abrir um arquivo e avançar um parágrafo. Água É o afeto. Emoções, vínculos, intuição, descanso que acolhe. Quando a água flui, você se sente vista e nutrida. Exemplos. Falar com uma amiga de confiança. Chorar no banho sem se julgar. Orar. Abraçar. Ouvir música. Como usar Pergunte ao longo do dia. O que está faltando agora? Terra, ar, fogo ou água? Escolha uma ação simples nessa força e faça em poucos minutos. Essa pergunta devolve equilíbrio sem drama. Para sair do modo conserto A tentação de consertar tudo costuma vir de água demais e fogo demais. Muito sentimento. Muita pressa. Pouca clareza e pouca base. O mapa te puxa de volta para o centro. Pare um minuto e pergunte. É meu ou é do outro? Se for do outro, escolha um cuidado possível e finito. Uma escuta. Um contato de ajuda. Uma oração. Ofereça e solte. Aplique terra e ar. Faça algo concreto por você e escreva o que é verdade hoje. Acenda um fogo gentil. Uma micro ação sua. Não do outro. Frases que ajudam. Eu me importo e estou aqui. Não posso assumir essa responsabilidade. Vou cuidar do que é meu agora. Quando aceitar e seguir é o melhor cuidado Aceitar não é frieza. É respeito pela realidade e por você. Alguns casos pedem aceitação. Quando a pessoa não reconhece o problema. Sem consciência não há mudança real. Quando ela diz que não quer ajuda. Sem consentimento, ajuda vira invasão. Quando o padrão se repete e as conversas já aconteceram várias vezes sem ação. É escolha. Não fase. Quando o preço para salvar seria sua saúde, seu dinheiro ou sua paz. Está caro demais. Quando há choque de valores centrais. Amor não arruma base que não combina. Quando é assunto técnico. Dependência, questões clínicas e legais pedem profissional. Quando você só se sente valiosa salvando. O conserto que falta é em você. Um mini roteiro para a semana Segunda é terra. Organize o básico e proteja seu sono. Terça é ar. Escreva o que é verdade e o possível de hoje. Quarta é fogo. Transforme uma intenção em uma micro ação. Quinta é água. Procure um colo seguro e ofereça presença. Sexta é equilíbrio. Revise proporções e ajuste o que ficou torto. Fim de semana é descanso com intenção. Corpo. Sol. Silêncio. Risada. Voltando à música Entre o “you can’t fix me” e o “I will try to fix you” existe um caminho do meio. Nem salvadora eterna. Nem espectadora fria. Mulher inteira, com amor e limites. O mapa das quatro forças te mostra o que fazer agora. Terra para sustentar. Ar para clarear. Fogo para mover. Água para nutrir. Assim você ama sem se abandonar e segue sem carregar o que não é seu. Se este texto te fez bem, me conta nos comentários qual força você vai praticar hoje. Se achar que pode ajudar alguém, compartilhe. Às vezes bastam quatro passos simples para a gente respirar melhor e continuar. Que a gente siga leve, escolhendo o que nos sustenta hoje e confiando que o novo se anuncia a cada passo. Girlande Oliveira

  • Cura é o possível de hoje

    Cura não é um ponto de chegada perfeito. Cura é uma conversa contínua com a vida, um exercício de honestidade consigo mesma. É menos sobre tomar decisões definitivas e muito mais sobre escolher, hoje, o que é possível. O que te desgasta menos. O que mantém o seu coração respirando com algum conforto até a próxima hora. Quando entendemos isso, o peso diminui. Não porque a dor desaparece, mas porque paramos de nos cobrar um final feliz imediato e começamos a cuidar do caminho. A gente aprende desde cedo a admirar quem decide de uma vez, quem muda tudo em um gesto. Na prática, quase nunca é assim. Depois de um rompimento, de uma perda, de um diagnóstico, de uma mudança inesperada, a cabeça pede respostas prontas. O corpo, porém, precisa de tempo. E o tempo da cura se parece com maré. Vai e volta. Tem dias de avanço, tem dias de recolhimento. Quando você se autoriza a acompanhar esse ritmo, sem se trair, a cura acontece por dentro, silenciosa, paciente, firme. Existe uma pressão invisível para fechar capítulos logo. Para “virar a página” com frases bonitas e fotos novas. Só que a cura não se apressa com hashtags. Ela se alimenta de gestos pequenos e sustentáveis. Às vezes é escolher não responder agora. Às vezes é tomar água, abrir a janela, escrever três linhas num caderno. Às vezes é dizer sim ao descanso e não ao que te suga. Esse discernimento entre o que te nutre e o que te drena é uma bússola. E bússola não te entrega a estrada inteira. Te entrega a direção do próximo passo. Fazer o possível no momento presente não é mediocridade. É sabedoria. É reconhecer limites sem desistir de si. É perguntar com carinho: o que dá para fazer hoje que me ajuda a seguir? Se a resposta for algo simples, como tomar banho ouvindo sua música preferida ou mandar mensagem para uma amiga confiável, então que seja simples. O simples não é pouco. O simples é o tijolo que ergue a casa. E casa boa não se constrói em um dia. Talvez você se veja cobrando de si um veredito. Fico ou vou. Término ou reconciliação. Mudo de cidade ou fico mais um ano. Existem momentos em que a decisão precisa chegar, claro. Mas muitas vezes ela amadurece melhor quando você cuida do que está ao alcance agora. Perguntas ajudam. Se eu decidir hoje, decido com medo ou com clareza? Isso me aproxima de mim ou me afasta? O que me desgasta menos agora e me mantém íntegra? Responder com honestidade abre espaço. E quando a gente cria espaço interno, a decisão certa encontra lugar para pousar. Há também a culpa que nos espreita quando diminuímos o ritmo. Como se descansar fosse sinal de fraqueza. Não é. Descanso é estratégia de cura. O corpo sabe. Quando você dorme um pouco melhor, respira um pouco mais devagar, come um pouco mais real, sua mente ganha chão. A alma agradece. E quando o corpo e a alma se sentem incluídos, as emoções param de gritar e podem conversar. É nessa conversa que você percebe que não precisa consertar tudo hoje. Precisa cuidar de você enquanto vive o hoje. Gosto de pensar na cura como jardinagem. Tem dia de adubar, tem dia de podar, tem dia de contemplar. Não se puxa a flor para ela crescer. Dá água, dá luz, tira os espinhos que machucam. Fazer o possível no presente é isso. É olhar a planta que você é e perguntar do que ela precisa agora. Talvez seja sol. Talvez seja sombra. Talvez seja silêncio. Talvez seja uma boa risada. O jardim de cada uma é diferente. O que funciona para a sua amiga pode não funcionar para você. Comparar ritmos só rouba energia. Falar de energia é essencial. Porque o que te cansa diz muito sobre o que você precisa mudar. Observe os vazamentos. Pessoas com quem você sempre termina menor do que chegou. Conversas que te deixam tensa por horas. Perfis que você consome e, no fim, se sente menos viva. Aos poucos, ajuste. Não por raiva, mas por amor próprio. Troque o que te aperta por vínculos que sustentam. O que te desgasta menos é um bom norte enquanto você se reconstrói. Isso não é fuga. É cuidado inteligente com a sua capacidade de seguir. Talvez hoje o possível seja apenas não se maltratar mentalmente. Ou admitir que está cansada. Ou permitir que a tristeza sente do seu lado sem que ela vire casa. Emoções são visitantes. Quando são acolhidas, se organizam. Quando são expulsas, fazem escândalo. Existe força em dizer para si: eu não dou conta de tudo, mas eu dou conta do próximo passo. E isso basta por agora. Essa frase é uma ponte. De um lado está a exigência de ser perfeita. Do outro, a liberdade de ser humana. Na prática, como viver esse processo com doçura e firmeza ao mesmo tempo? Primeiro, desacelere o julgamento. Você não é fracasso por não ter decidido tudo ainda. Você é pessoa em processo. Segundo, crie micro-rituais. Coisas repetíveis, simples e amorosas que sinalizam ao seu sistema que você está segura. Terceiro, divida o peso com quem pode sustentar junto. Terapia, rede de apoio, grupos, fé. Não precisa ser heroína solitária. A cura gosta de testemunhas gentis. Quando a mente implorar por uma solução definitiva, devolva com presença. Você pode dizer para si: eu vou decidir quando a decisão puder nascer inteira. Até lá, eu me trato bem. Parece pouco, mas muda tudo. A decisão que nasce da pressa sai cara. A que nasce da presença se sustenta. É como cozinhar no fogo certo. Com pressa queima por fora e fica cru por dentro. Com calma, nutre. E sacia por mais tempo. Lembre também de proteger as bordas do seu dia. Manhãs e noites são portais. Como você entra e como você sai do dia altera o meio. Evite acordar já se cobrando e dormir rolando culpa. Coloque algo pequeno e bom nesses dois pontos. Uma frase, um copo d’água, um estiramento, um salmo, uma música, um minuto de sol na pele. Pequenos reparos nas bordas evitam que o centro rasgue. Você pode gostar de um exercício simples para os próximos sete dias. Toda manhã, escreva em uma linha: qual é o possível de hoje. Nada grandioso. Algo viável, concreto, que te faz bem. Ao fim do dia, escreva: o que me desgastou menos. Observe padrões. Talvez você perceba que te faz bem caminhar cinco minutos. Ou cozinhar para si. Ou ficar longe do celular até as nove. Talvez perceba que conversas no fim da noite te derrubam. Esses mapas são ouro. Eles te lembram que a cura acontece na vida comum, não só nos grandes eventos. Se houver recaídas, acolha. Recaídas não invalidam avanços. São parte do desenho. Elas indicam onde ainda dói e onde você precisa fortalecer o cuidado. Use a recaída como recado. O que faltou? Água, pausa, verdade, limite, colo? O que foi demais? Expectativa, café, notícia ruim, solidão, pessoas invasivas? Com os recados na mão, ajuste a rota. Esse é o trabalho invisível que ninguém posta, mas que transforma destino. Quanto às decisões que realmente precisam ser tomadas, confie que elas chegarão mais claras quando você estiver mais inteira. Você pode se fazer três perguntas antes de dizer sim ou não. Primeiro, esta decisão respeita a minha verdade atual. Segundo, eu consigo sustentá-la nos próximos dias sem me violentar. Terceiro, ela me aproxima da pessoa que estou me tornando. Se duas respostas forem sim, você tem um bom começo. Se não forem, talvez o melhor seja alongar o tempo. De novo, o que te desgasta menos costuma ser o caminho da sabedoria enquanto a cura cozinha em fogo brando. Existe também o tema dos outros. Nem todo mundo vai entender seu ritmo. Está tudo bem. Quem te ama aprende o seu novo idioma. E se não aprender, você aprende a se proteger sem se endurecer. Dizer não é um ato de amor com o seu futuro. Você não precisa justificar cada limite. Precisa sustentar o que te faz bem. Quanto mais você se coloca como prioridade sem ferir ninguém, mais a vida te devolve segurança. Quando você se escolhe, o mundo aprende a te escolher de volta. E por favor, não romantize o sofrimento. Não é preciso se provar para merecer a cura. Merecimento não se mede por dor. Se mede por humanidade. Você já é suficiente. A cura não chega para quem sofre mais. Ela chega para quem se cuida melhor. E cuidar melhor quase sempre significa simplificar. Diminuir o volume das opiniões alheias. Reduzir o feed. Aumentar o silêncio certo. Ficar um pouco mais consigo, mas na sua companhia boa. Se a sua companhia ainda está áspera, trate-se como trataria uma criança que você ama. Com firmeza que protege e gentileza que aquieta. Talvez hoje o possível seja só respirar com atenção por três minutos. Talvez seja organizar uma gaveta. Talvez seja mandar aquela mensagem para remarcar um compromisso e dormir mais cedo. Talvez seja cozinhar uma sopa e comer devagar. Talvez seja chorar no banho sem se xingar por isso. Tudo isso é cura. Na soma dos dias, esses gestos constroem o músculo da esperança. E esperança não é ilusão. É o corpo lembrando que ainda existe vida em você, mesmo depois do que doeu. Se eu pudesse te deixar uma imagem para carregar no bolso, seria esta. Você, sentada à beira do mar, observando as ondas com os pés dentro d’água. Você não manda no mar. Mas pode ajustar a cadeira, cobrir os ombros se esfriar, beber água, sentar mais perto do sol, se afastar quando a maré sobe. Essa é a dança com a vida enquanto você cura. Você não controla tudo. Você cuida do que dá. E, cuidando do que dá, você atravessa. Talvez um dia, sem alarde, você perceba que a dor mudou de lugar. Que o peso ficou mais leve. Que o riso voltou a caber. Você olha para trás e entende. Não foi um grande gesto que te salvou. Foram muitos pequenos. Foram os dias em que você escolheu o que te desgastava menos. Foram as noites em que você se cobriu de paciência. Foram as conversas sinceras que você finalmente teve. Foram as pausas. Foi o amor silencioso de continuar. Se este texto encontrou você em um momento sensível, receba meu carinho. Escolha uma coisa pequena para hoje. Só uma. E deixe o resto para amanhã. A cura se faz assim, passo a passo, com respeito. Quando quiser, me conte nos comentários o que tem sido o possível para você nesses dias. Talvez sua partilha ilumine o caminho de outra mulher. E, se fizer sentido, compartilhe este texto com alguém que precisa lembrar que não está atrasada. Está apenas viva. E isso já é o começo de toda cura. Com amor, Girlande Oliveira

  • RAIVA: A DEUSA QUE PEDE PARA SER OUVIDA

    Por trás de toda raiva, há um grito antigo. Um grito por dignidade, por escuta, por presença. Não é raro que a raiva seja tratada como inimiga — algo a ser sufocado, ignorado ou canalizado apenas de forma explosiva. Mas... e se a raiva, na verdade, for uma guardiã? E se for uma parte esquecida de você mesma pedindo passagem? A raiva surge quando nossos limites são ultrapassados, quando nossos desejos são silenciados, quando nossa verdade interior é desconsiderada. Ela é o alarme da alma. Uma força crua que chega sem filtro, mas que guarda, dentro de si, uma chave poderosa: o chamado à reconexão com aquilo que foi desvalorizado ou esquecido. A raiva mostra o lugar da ruptura. E, por isso, é um portal. Muitas mulheres, especialmente aquelas que trilham caminhos de cuidado, espiritualidade ou maternagem, aprendem cedo a reprimir a raiva. Ela é vista como feia, como perigosa, como inapropriada. E então, em nome da "paz" ou da "luz", negamos uma parte legítima do nosso campo emocional. Nos treinam para a doçura, mas não para a inteireza. Mas há uma verdade que não pode mais ser ignorada: a raiva não curada vira veneno. E a raiva escutada vira direção. Quando você se permite sentir a raiva com presença e consciência, sem se afogar nela, algo dentro de você desperta. É como um tambor que ressoa no ventre, lembrando que você tem uma força que o mundo tentou domesticar. Raiva é fogo. E fogo pode destruir, mas também pode forjar. Há uma sabedoria ancestral escondida na raiva. Ela é a deusa que você renegou — a que bate na porta quando o seu "não" foi engolido mais uma vez. A que grita quando você se acostumou com migalhas. A que se inflama quando você se esquece do seu valor. Essa deusa quer ser escutada. Ela não quer que você exploda, mas que você se lembre. Lembre do seu centro, do seu sim, do seu não, da sua soberania. Ao longo da história, as figuras femininas que expressaram raiva foram temidas, silenciadas ou demonizadas. Mas o feminino completo é aquele que também conhece os seus vulcões internos — e sabe como dançar com eles. A raiva bem canalizada vira coragem, discernimento, posicionamento. Ela abre o peito, firma a coluna, sustenta a palavra. Transmutar a raiva não é domesticá-la. É dar direção a esse fogo, para que ele aqueça sem destruir. É escolher, conscientemente, transformar o impulso bruto em presença, em palavra viva, em gesto consciente. Raiva transmutada vira bússola. Vira impulso criativo. Vira arte. Vira oração. E por falar em oração, compartilho agora uma que pode te acompanhar nos dias em que o fogo quiser se manifestar dentro de você. Use-a como um ritual. Leia em voz alta. Acenda uma vela. Coloque as mãos sobre o útero. Respire profundamente. E escute... ORAÇÃO PARA TRANSMUTAR A RAIVA EM PODER CRIATIVO Eu chamo agora o fogo da minha alma, não para queimar o outro — mas para iluminar aquilo em mim que precisa ser visto. Eu acolho a minha raiva. Não como inimiga, mas como mensageira. Raiva, minha guardiã antiga, o que você veio me mostrar? Se é desrespeito, eu me posiciono. Se é abandono, eu me acolho. Se é silêncio, eu me escuto. Hoje, eu decido: meu poder não será mais reatividade. Meu poder será presença. Meu poder será palavra clara. Meu poder será pausa antes do grito. Que meu coração se aqueça, mas não se queime. Que minha força se expresse, mas nunca se perca de mim. Eu sou a senhora da minha energia. Eu escolho amar com firmeza. Eu escolho reagir com consciência. Hoje, eu transbordo a raiva para dentro do meu altar. E deixo que ela vire fogo de criação. Assim é. Assim está feito. PARA LEVAR CONSIGO Nem toda raiva é descontrole. Nem toda fúria é desmedida. Às vezes, é apenas a alma dizendo: "eu existo, me escuta". Que você possa se tornar sua própria alquimista. Que o fogo em você não se apague, mas ilumine. Que a sua força seja expressão da sua verdade — e não uma resposta automática ao mundo. Você não está aqui para ser dócil. Você está aqui para ser inteira. E mulheres inteiras também se enfurecem. Também dizem basta. Também queimam. Mas queimam com propósito. Com consciência. Com amor próprio. Seja bem-vinda à sua completude. Com reverência ao seu fogo sagrado, Girlande Oliveira

  • A Mulher que chora e vê

    Há uma mulher dentro de você que o mundo não vê. Ela acorda cedo, mas sua alma ainda está deitada. Ela sorri para fora, mas sangra por dentro. Ela cuida de todos, mas ninguém pergunta quem segura sua mão quando o chão some. Essa mulher é A Mulher Que Chora e Vê . Ela não chora por fraqueza. Ela chora porque vê. Ela vê o que já não cabe. Vê o que finge ser amor, mas é fome. Vê o quanto deu e o quanto foi esquecida. Vê o ciclo que se repete. Vê que chegou o fim. Mas ainda assim, ela fica. Ainda assim, ela ama. Ela espera. Ela acredita. Ela perdoa. Ela se parte. Hoje, escrevo para você — mulher que está em silêncio e luto, que talvez tenha se esquecido de como era seu rosto antes da dor. Que talvez tenha esquecido que o seu corpo é templo, que sua voz é oráculo, que suas lágrimas são portais. Você é esta mulher. E hoje, no limiar do tempo, entre um ciclo que termina e outro que ainda não começou, te convido a não esconder mais sua dor. Porque quando ela é vista, ela se transmuta. 🌒 Chore. Mas chore com intenção. 🌕 Chore para lavar, para lembrar, para libertar. 🌘 Chore como quem deixa morrer uma versão que já cumpriu sua função. Pois logo após A Mulher que chora e vê , nasce A Mulher que sabe e escolhe . Ela não suplica mais. Ela consagra. Ela não insiste mais. Ela cria. Ela não busca mais fora. Ela se torna. No dia 20 de junho, ao atravessar esta data limiar, entre o que foi e o que virá, permita-se honrar essa mulher invisível que te habita. Ela não é seu fim. Ela é sua travessia. E quando sua lágrima tocar a terra, saiba: Você acabou de plantar uma nova versão de si. Com amor e reverência, Girlande Silva

  • Para onde vão as dores do nosso coração?

    Há dores que não sabemos nomear. Elas chegam de mansinho, como um suspiro que não termina. Ou com força, como uma onda que arrasta tudo. E quando nos perguntam o que houve, a gente só consegue dizer: não sei, só sei que dói. Mas onde, exatamente? O coração. Ele que pulsa, que guarda, que sente. Ele que carrega memórias, histórias, ausências e esperanças. Mas para onde vão essas dores todas que o coração sente? Algumas ficam. Moram ali por anos. Se acomodam em um canto silencioso e, vez ou outra, pedem atenção. Outras, a gente empurra pra longe. Finge que não estão. Enterra com compromissos, distrações, rotina. Só que elas não somem. Elas esperam. Esperam um momento de silêncio, uma pausa, um cansaço maior para emergir de novo. Há dores que a gente compartilha. Conta para alguém, escreve, chora. Essas, mesmo que não desapareçam, se tornam mais leves. Porque ao serem acolhidas por outro coração, encontram espaço para se transformar. Mas há dores que ninguém vê. Dores que a gente sente vergonha de sentir. Medo de parecer frágil, exagerada, sensível demais. Essas, muitas vezes, viram armadura. Nos fazem parecer mais fortes do que somos. Mas dentro, continuam lá. Pedindo para serem ouvidas. É preciso coragem para olhar para a dor. Para parar de fugir dela. Porque a dor do coração não quer nos destruir. Ela quer nos mostrar algo. Um limite que foi ultrapassado. Um amor que não foi visto. Uma ausência que ainda grita. Uma parte de nós que foi silenciada por tanto tempo que já não sabemos mais escutar. E não existe fórmula única para curar essas dores. Mas existe um caminho. E esse caminho começa com presença. Com a disposição de estar consigo mesma, mesmo quando dói. Com a escolha de parar de se abandonar toda vez que algo aperta por dentro. Muitas dores nascem da solidão. Não da solidão de estar só, mas da solidão de não se sentir compreendida. De não se sentir acolhida nem por si mesma. Por isso, o primeiro passo para cuidar da dor é se tornar boa companhia para si. Ficar ao lado de si mesma como quem diz: eu vejo você, mesmo quando está difícil. É nesse ponto que o processo de cura começa. Quando a dor deixa de ser inimiga e passa a ser uma mensageira. Ela nos diz o que precisa ser olhado. O que foi ignorado por tempo demais. O que precisa ser cuidado com mais gentileza. Tem dores que vieram da infância. Palavras duras, gestos de rejeição, ausências que deixaram marcas. E a gente cresce achando que superou, mas no fundo, aquilo ainda vive ali. Basta uma situação parecida para despertar tudo de novo. E se a gente não sabe de onde vem, repete o ciclo. Se fecha, se afasta, se defende. A dor antiga vira comportamento presente. Por isso, não é exagero dizer que as dores do nosso coração moldam nosso jeito de viver. Moldam como amamos, como confiamos, como nos colocamos no mundo. Se não olhamos para elas, acabamos nos protegendo da vida, ao invés de vivê-la plenamente. Mas existe uma força imensa em quem escolhe escutar o que sente. Em quem decide dar nome às dores. Em quem se permite sentir, mesmo sem entender tudo. Porque nesse movimento, algo se abre. Um espaço de escuta, de acolhimento, de presença. E quanto mais a gente aprende a se escutar, mais vamos percebendo que a dor não é algo a ser eliminado. Mas algo a ser atravessado. E, ao atravessar, encontramos partes de nós que estavam perdidas. Ressignificamos memórias. Criamos novos significados. A dor deixa de ser peso e vira ponte. Sim, algumas dores vão continuar ali. Como cicatriz. Como lembrança. Mas não vão mais comandar a nossa vida. Não vão mais nos impedir de amar, de confiar, de sonhar. Porque a gente aprendeu a viver com elas. E isso é liberdade. Às vezes, a dor se transforma em arte. Em escrita. Em dança. Em criação. Ela encontra uma saída criativa. E aí, deixa de ser só dor. Vira expressão. Vira comunicação. Vira cura. Outras vezes, a dor precisa apenas ser sentida. Sem fazer nada. Sem tentar resolver. Só ficar ali. Respirar com ela. Permitir que exista. E deixar que, com o tempo, ela vá se transformando. É importante lembrar que cada pessoa sente diferente. Cada coração tem seu tempo. Comparar a própria dor com a do outro é injusto. O que dói para mim pode não doer para você. E tudo bem. O que importa é validar o que se sente. Porque o corpo sabe. A alma sente. E o coração fala. Quando ignoramos a dor por tempo demais, ela começa a se manifestar de outros jeitos. A ansiedade cresce. A tristeza aparece sem explicação. O corpo adoece. A raiva se acumula. Por isso, sentir é fundamental. Sentir não é fraqueza. É presença. É saúde emocional. Cuidar da dor do coração não é algo que se faz de uma vez só. É um processo. Às vezes, ela volta. Mas cada vez que a gente a escuta, ela fica mais compreensível. Menos assustadora. Menos solitária. E se você sente que não consegue fazer isso sozinha, tudo bem. Buscar ajuda é um ato de amor. Uma escuta terapêutica, uma conversa honesta, um livro que toca. Cada gesto conta. Cada passo importa. Tem dias que tudo que você vai conseguir fazer é respirar fundo. E isso já é muito. Já é cuidado. Já é presença. Outros dias, você vai conseguir nomear o que sente, escrever, chorar, conversar. E aos poucos, o que parecia insuportável vai se tornando mais possível de ser carregado. As dores do coração vão para onde damos espaço para elas. Elas se instalam onde encontram silêncio. Mas também podem se dissolver onde encontram acolhimento. Elas não querem dominar. Só querem ser vistas. E quando são vistas com amor, elas se transformam. Com carinho, Girlande Oliveira

  • Quer ser mais produtivo? Limite o uso do celular enquanto realiza suas tarefas!

    Hoje em dia, uma das maiores fontes de distração está no bolso. O celular, essa pequena extensão da nossa mão, transformou o modo como vivemos, trabalhamos, nos comunicamos. Mas também está nos afastando de algo essencial: a concentração profunda. Não é exagero dizer que muitos de nós, hoje, temos dificuldade real em sustentar o foco por mais de 10 minutos sem querer “só dar uma olhadinha” em alguma notificação. É um hábito tão automático que já nem percebemos mais o quanto ele fragmenta a nossa atenção. O resultado? Tarefas que poderiam ser concluídas em 30 minutos se estendem por horas. E, ao final do dia, uma sensação constante de cansaço mental e improdutividade. A boa notícia é que há um caminho de volta. E ele começa com uma decisão simples e poderosa: limitar o uso do celular durante a execução de tarefas importantes. Mas vamos com calma. Antes de propor fórmulas ou métodos, é importante entender por que isso é tão necessário e como nossa atenção está sendo moldada — ou melhor, drenada — por essa tecnologia. O celular foi desenhado para captar e manter a nossa atenção o maior tempo possível. Cada notificação, som, vibração ou alerta visual foi estrategicamente pensado para nos interromper, mesmo quando estamos imersos em algo significativo. O problema é que nosso cérebro não consegue alternar de uma atividade para outra sem perdas. A cada interrupção, precisamos de cerca de 15 a 20 minutos para voltar ao estado de foco anterior. Agora imagine quantas vezes você pega o celular ao longo do dia... Além disso, cada vez que interrompemos uma tarefa para olhar uma mensagem, email ou rede social, reforçamos o hábito da dispersão. Estamos, sem perceber, treinando nossa mente a ser cada vez mais fragmentada. E isso mina diretamente nossa produtividade — não só no trabalho, mas também na vida cotidiana. A verdadeira produtividade nasce da capacidade de sustentar atenção profunda. É nesse estado que conseguimos acessar o raciocínio mais criativo, fazer conexões, resolver problemas, aprender de forma duradoura e concluir tarefas com mais leveza. E, sim, isso exige esforço. Foco é como músculo: precisa ser treinado. Então, como o celular entra nisso tudo? Ele pode ser um aliado, claro. Mas, para isso, precisa ser usado de forma consciente — não como distração constante, mas como ferramenta a serviço dos nossos objetivos. Limitar o uso do celular durante o trabalho ou estudos é mais do que uma questão de autodisciplina: é um gesto de autocuidado. É dizer a si mesmo: “o que estou fazendo agora merece minha presença inteira”. E isso é libertador. Talvez você esteja se perguntando: “Mas eu uso o celular para trabalhar, responder clientes, anotar ideias...” Tudo bem. A ideia aqui não é demonizar o aparelho — e sim mudar a relação que temos com ele. Algumas estratégias simples podem transformar essa relação sem exigir medidas radicais. Por exemplo, usar o modo “não perturbe” durante blocos de trabalho profundo já é um começo. Silenciar notificações de aplicativos não urgentes. Desinstalar redes sociais do celular e usá-las apenas pelo computador. Criar uma rotina de horários específicos para checar mensagens, em vez de responder imediatamente a cada alerta. Essas pequenas mudanças, quando feitas com consistência, reeducam o cérebro. E o impacto na produtividade é quase imediato. A mente, quando não está sendo constantemente puxada para outros estímulos, se torna mais eficiente, mais criativa e menos cansada. Outro ponto importante é reconhecer a raiz da compulsão pelo celular. Muitas vezes, usamos o aparelho como fuga — da ansiedade, do tédio, do desconforto com tarefas difíceis ou emoções que não queremos sentir. Nesse sentido, limitar o uso do celular não é só um gesto de produtividade. É um passo em direção à presença, à escuta interna e ao autoconhecimento. É comum, no início, sentir um certo “vazio” quando tentamos nos desconectar. A mente busca algo para se ocupar. Vem a inquietação. Mas, com o tempo, essa inquietação dá lugar a uma clareza surpreendente. Você começa a perceber o quanto sua mente estava carregada de ruídos desnecessários. E o quanto há de paz no silêncio. A concentração é uma forma de presença. E a presença é um caminho para uma vida mais significativa. Não se trata de trabalhar mais. Mas de trabalhar melhor. Com mais foco, mais intenção, mais consciência. A produtividade verdadeira não está em fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas em fazer o que importa com atenção plena. E, para isso, precisamos proteger nossa atenção como um bem precioso. Porque ela é. É ela que define a qualidade do que vivemos, criamos e construímos. Limitar o uso do celular é, portanto, uma escolha pela qualidade. Pela profundidade. Pelo sentido. E, ao contrário do que parece, isso não nos isola do mundo. Pelo contrário: nos devolve à vida real. Aos encontros verdadeiros. À escuta do outro. Ao prazer de terminar algo com a sensação de presença completa. Se você quiser começar agora, aqui vão três perguntas simples: O que eu poderia fazer hoje se não estivesse o tempo todo checando o celular? Quais tarefas se tornariam mais leves se eu estivesse 100% focada nelas? Que tipo de vida quero construir com minha atenção? Responder a essas perguntas já abre espaço para novas escolhas. Você pode começar pequeno. Um bloco de 25 minutos com o celular longe. Depois 45. Depois uma manhã inteira. E assim vai. Você vai perceber que consegue mais, em menos tempo — e com menos cansaço. E, quando terminar seu bloco de concentração, use o celular com presença. Responda o que for necessário. Se divirta. Mas com consciência. Sem se perder. Sem se desconectar de si. Lembre-se: o celular é uma ferramenta. Você é quem decide como, quando e por que usá-lo. Com mais presença, mais clareza e menos ruído, sua produtividade vai crescer. E mais importante: sua paz também. Para levar consigo Produtividade não é sobre fazer mais. É sobre viver com mais intenção, mais foco e mais clareza.Limitar o uso do celular não é sacrifício — é autocuidado. É um presente que você dá à sua atenção, ao seu tempo e à sua vida. Com presença, Girlande Oliveira

  • Quando a raiva bate: um caminho para não se perder de si

    Existem dias em que tudo nos provoca. A rotina cansa, os imprevistos transbordam, as palavras alheias pesam mais do que o habitual. E, de repente, lá está ela — a raiva — surgindo como um fogo urgente por dentro. É um calor que sobe do estômago para o rosto, que embaralha os pensamentos, que nos tira do centro. A raiva, quando chega, não pede licença. Ela invade. E, se não soubermos o que fazer com ela, acabamos ferindo — os outros ou a nós mesmas. Mas a raiva não é vilã. Ela é parte da nossa natureza emocional. Serve para avisar que algo nos feriu, nos ultrapassou, nos tirou do eixo. O problema não é senti-la — é não saber como acolhê-la e direcioná-la. Em dias difíceis, o primeiro impulso é reagir. Falar alto, responder no calor do momento, bater a porta, descontar em quem estiver por perto. Mas o que vem depois disso? Culpa. Vergonha. Arrependimento. E mais dor. Por isso, a proposta é outra: e se, em vez de reprimir ou explodir, a gente escolhesse processar a raiva de forma gentil ? Sem se agredir, sem se envergonhar, sem se machucar. Pode parecer impossível no calor da emoção, mas não é. É uma prática. E como toda prática, começa com um passo. Primeira coisa: reconhecer o que está sentindo Muitas vezes a gente diz “tô estressada”, “tô ansiosa”, “tô cansada”. Mas, no fundo, estamos com raiva. E não temos coragem de admitir. Talvez porque aprendemos que raiva não é coisa bonita. Que não é feminino. Que não é espiritual. Que não combina com a imagem que queremos passar. Mas sentir raiva é humano . E negar isso só faz com que ela encontre saídas tortas — como dores no corpo, críticas ácidas, sabotagens silenciosas.Então, o primeiro gesto de amor é nomear: “Estou com raiva.” Só isso já muda tudo. Dá contorno ao que parecia difuso. Dá voz ao que pedia para ser ouvido. Depois, encontrar um espaço de expressão segura Raiva guardada adoece.Raiva descarregada em qualquer um machuca.Raiva acolhida pode curar. O que você precisa é criar um meio do caminho entre esses dois extremos. Um espaço em que você possa extravasar sem culpa — e sem fazer estrago. Você pode, por exemplo, escrever. Escreva com raiva mesmo. Rabisque. Xingue. Solte tudo sem filtro. A folha de papel não vai te julgar. E, no final, você vai se sentir mais leve. Outra opção é o movimento. O corpo quer participar do processo. Dance com força. Bata um travesseiro. Dê socos no ar. Pule. Corra. Sua raiva é energia — precisa sair de algum jeito. Se não puder se mover, respire. Respiração é ponte entre emoção e presença. Inspire pelo nariz contando até 4. Segure por 4. Solte pela boca por 6. Faça isso algumas vezes. Sua mente vai voltar para o agora. E se ainda assim a raiva estiver ali, fale com alguém. Uma amiga, um terapeuta, uma voz de confiança. Às vezes, só o ato de contar o que sentimos já transforma a intensidade. E se você só puder chorar, chore Sim, tem raiva que vira choro. Não é fraqueza. É profundidade. É o corpo dizendo: “não sei lidar com isso, então deixo sair assim”. Chorar é uma forma legítima de extravasar a raiva. Deixe as lágrimas correrem. Não se preocupe em se explicar. Elas limpam por dentro. Cuidado com as histórias que você conta para si Muitas vezes a raiva se alimenta mais da narrativa  que criamos do que do fato em si. Algo nos irrita — mas o que mais nos consome é a voz interna dizendo: “Isso sempre acontece comigo.”“Eu sou idiota por ter deixado.”“Por que eu nunca reajo como deveria?” Pare. Respire. Questione: “O que está realmente acontecendo aqui?” “O que eu preciso agora?” Interromper a cadeia de pensamentos automáticos é uma forma de cuidar da raiva — e de si. Raiva também é limite Às vezes, sentimos raiva porque ultrapassamos nosso próprio limite. Dizemos sim quando queríamos dizer não. Assumimos tarefas além do que conseguimos dar conta. Engolimos comentários, acumulamos silêncios. A raiva, então, vem como alerta: "Você se esqueceu de você." Nesse caso, não basta extravasar. É preciso reconstruir o limite.Reafirmar o que você precisa, o que você aceita, o que você não tolera mais. Raiva pode ser caminho para empoderamento — se escutada com atenção. E depois de tudo, abrace a si mesma Quando a raiva vai embora, pode deixar uma sensação de cansaço, de vergonha ou de vazio. É aí que entra o gesto mais importante: o acolhimento . Toque seu peito. Diga a si mesma: “Está tudo bem. Eu me vi. Eu me escutei. Eu me cuidei.” Você não precisa ser perfeita para merecer amor.Você só precisa ser verdadeira. E raiva é parte da sua verdade. Para levar consigo A raiva não precisa ser uma inimiga. Ela pode ser um guia. Um alerta. Uma mensageira do que não está em paz. Quando você aprende a escutar a raiva sem medo, algo se transforma: você se torna mais inteira, mais consciente, mais livre. Não se trata de “dominar” a raiva.Mas de se tornar íntima dela. De saber onde ela mora, o que ela quer te dizer — e como pode sair sem destruir o que você está construindo. Que você se permita sentir, expressar e cuidar — até nos dias difíceis. Que sua raiva encontre caminhos de saída que te fortaleçam. E que, no final do dia, você saiba: você é uma boa companhia para si mesma, mesmo quando está furiosa. Com amor e presença, Girlande Oliveira

  • Abrace a ideia de “bom o suficiente”

    Às vezes, é mais importante concluir uma tarefa de maneira satisfatória do que buscar a perfeição. Aceite que “feito” é melhor do que “perfeito.” 1. A armadilha da perfeição Vivemos imersas em uma cultura que idolatra o impecável.A perfeição virou padrão, exigência e, muitas vezes, prisão. Nos sentimos pressionadas — por nós mesmas e pelos outros — a nunca errar, a sempre entregar o melhor, o ideal. O problema? Perfeição é inalcançável. Uma meta infinita. E quanto mais tentamos alcançá-la, mais nos distanciamos da realidade — e de nós mesmas. Exemplo real: Quantas vezes você teve uma ideia brilhante mas ficou adiando porque não estava perfeita? Quantos projetos não começaram por medo dos erros? Quantas noites de sono você já perdeu tentando arrumar mais uma coisinha "importante"? A perfeição frustra. Ela paralisa. Ela rouba o tempo, o prazer, a vida. 2. O peso emocional da busca infindável A perfeccionista interna te cobra: — Se não for perfeito, não vale a pena. E quando falhamos? A culpa, a vergonha, a sensação de inútil dominam. O que se acumulam são: angústia, ansiedade, baixa autoestima, e procrastinação — porque fazer algo imperfeito parece pior do que nada. Em muitos casos, a perfeição se torna fuga: fugimos da história, da experiência real, do erro – e ficamos mortas, esperando o momento “certo”. 3. “Bom o suficiente” como antídoto E se disséssemos: Feito é melhor do que perfeito. Essa mudança não é só técnica. É emocional, existencial, libertadora. Feito atrai feedback, aprendizado, conexão. Feito gera movimento, experiência, transformação. Feito é humano. Feito é real. Quiçá nesse momento: você encontra suas verdadeiras capacidades, constata que não precisava esperar “o momento ideal”, descobre que é possível sim errar — e ainda assim aprender e continuar. “Bom o suficiente” não é mediocridade. É postura consciente de priorização: — O que importa? — O que vai me mover adiante? 4. O processo de abraçar “bom o suficiente” a) Reconhecer a voz da perfeccionista interna Quando ela surge, respire e pergunte: — Qual é o resultado esperado? — Esse nível é essencial? — Esse tempo vale o benefício real? b) Definir critérios claros Decida o que é “bom o suficiente” para cada projeto: prazo qualidade esforço E compartilhe: — “Basta que esteja funcional.” — “Termino hoje com isso pronto.” c) Celebrar o feito Finalize.Respire.Reconheça: — “Concluí.” — “Está feito.” — “Valeu o esforço.” Comemore — mesmo que por dentro, baixo. Com orgulho. Com respeito. d) Revisar periodicamente Avalie: o que funcionou? o que aprender? onde posso ajustar? Sem autocobrança excessiva — só aprendizado. 5. Exemplos práticos 1. No trabalho Você entrega um relatório que resolve o objetivo. Você envia o e‑mail pedindo feedback. Você começa outra tarefa. O relatório não é um MBA — mas é funcional, útil, liberador. 2. Na casa Aquela parede pode esperar um retoque infinito. Escolha uma tinta que combine com você hoje. Ninguém precisa saber que você fez “um bom o suficiente”. É possível ser acolhedora com o espaço, sem esgotar energia com detalhes. 3. Na maternidade Seus filhos são suficientes, seu amor é suficiente, seu esgotamento é real. Se você está viva, atenta e presente, está cumprindo. Respire fundo: — Não precisa ser mãe “perfeita”. — Só precisa ser mãe de verdade. 6. O impacto profundo no bem-estar Quando você adota “bom o suficiente”: diminui a ansiedade, aumenta a sensação de progresso, vive com mais leveza, ganha tempo vital, exercita a gratidão pelo que foi realizado mesmo em imperfeição. Não se trata apenas de o que  fazer — mas de como  você vive cada ação. E, muitas vezes, quanto amor você devolve a si  quando deixa o controle ir. 7. A prática contínua Como cultivar essa postura: Liste tarefas paradas e conclua-as com critérios simples. Estabeleça limites:“1h de dedicação, depois paro.” Reduza o zoom:foque no próximo passo, não no resultado final. Permita-se recomeçar:se quiser aprimorar depois, ótimo — mas não adie o início. Pratique:toda vez que pensar “não está bom”, repita —“Quanto já está bom para ser feito já é um passo.” 8. O universo recompensa o feito As vivências mostram: Quem entrega atrai oportunidades. Quem compartilha desperta conexões. Quem inicia recebe aprendizado. A imperfeição real produz crescimento real. O mundo quer o feito, não o ensaio interminável. 9. Quando “bom o suficiente” encontra perfeição consciente Há momentos de detalhe que importam.Mas, neste caso: defina quem enxerga? define propósito? define prazo? Se for pontual, ok. Mas decida — e libere o resto do ciclo para experimentação prática. 10. Você é suficiente — antes de tudo Adotar “bom o suficiente” é reconhecer: sua dignidade como pessoa, seu direito ao erro, sua permissão para viver a vida, sua confiança no aprender pelo caminho. Você não é seu resultado.Você é seu processo — vivido com coragem, gentileza e presença. 11. Para finalizar Pense num projeto — ou na vida — cheio de pausas, repetições e recomeços. O que falta não é perfeição. É começar. É concluir. É sentir que algo foi gerado, ainda que sem etiquetas de impecável. Se a perfeccionista interna vier na saudade das estatísticas, palavras rebuscadas ou padrão ideal, acalme-a: — “Hoje está feito. Isso é progresso.” — “Eu fiz. Isso importa.” Feito é melhor do que perfeito. E você merece se libertar dessa exigência sem fim. Para levar consigo Aceite  que feito gera movimento. Permita-se  concluir com leveza. Honre  cada tarefa, ainda que simples. Reconheça :você está crescendo,se movendo,criando vida —mesmo sem a capa de “perfeição”. Lembre-se sempre: “Tanto faz estar perfeito. O que importa é estar feito.” Com carinho, Girlande Oliveira

  • A dança silenciosa da reorganização da vida

    A vida é um rio que flui ininterruptamente, moldando-se a cada curva, respondendo ao leito que a sustenta e às pedras que surgem no caminho. Muitas vezes, nós olhamos para trás e enxergamos apenas os obstáculos — os desvios, os tropeços, as perdas. Mas se nos permitíssemos abrir o coração, veríamos que cada interrupção, cada recomeço, foi parte de um desenho maior. A vida se organiza. E quando parece que ela desmorona, muitas vezes é porque está se reorganizando — de uma forma mais alinhada, mais plena, mais surpreendente do que jamais poderíamos imaginar. 1. O que parece fim é, muitas vezes, um novo começo Imagine uma folha que cai no outono.À primeira vista, ela parece deixada para trás.Mas sua queda não é um fracasso — é parte de um processo. Ela alimenta o solo, libera sementes, prepara o renascimento. E assim é com a vida. Aquilo que parecia apenas um ponto final pode ser, na verdade, o ponto de partida. Talvez você tenha perdido um emprego, rompido relações, mudado de cidade — e desejava ter algo "mais certo" nas suas mãos.Mas esse vazio — essa sensação de desorientação — é muitas vezes o espaço onde novas possibilidades começam a crescer. A vida se organiza.Mesmo no aparente caos, ela se reorganiza para trazer algo que, às vezes, não somos capazes de ver ainda. 2. A sabedoria do tempo e das pausas Dos ciclos naturais ao compasso do nosso corpo, aprendemos que tudo tem seu ritmo.O inverno traz o recolhimento.A primavera, o desabrochar.A noite, o descanso.O dia, o agir. A vida respeita seus ciclos — mesmo que quiséssemos acelerar tudo.E, quando ela se reorganiza, nos convida a sermos pacientes. Essas pausas, que muitas vezes nos frustram, são atemporais.Elas permitem que as sementes murchem dentro da terra, discretamente, até estarem prontas para brotar. Assim também somos nós:há tempos para crescer, e tempos para nos estruturar no silêncio — e ambos são igualmente importantes. 3. Da expectativa ao convite para a transformação Quando nossa vida segue um plano, criamos expectativas.Projetamos nossa felicidade em marcos definidos. Porém, quando tudo sai do roteiro, podemos nos permitir um respiro: E se não era um erro?E se era um presente?E se isso estava me deslocando para algo maior? Quando a vida se reorganiza, ela o faz com um propósito — muitas vezes mais visível depois.O que parecia um equívoco pode ser o segundo passo para algo extraordinário. 4. A prática de confiar no processo Confiar no processo da vida não é resignar-se.É aceitar que nem tudo depende da gente — e, ainda assim, entregar o melhor de si. É fazer o que está ao alcance, mesmo sem ver o resultado. É cuidar de si enquanto não sabe onde chegar. É sentar no meio da tempestade e continuar respirando. A confiança se cultiva. Ela nasce de uma percepção interna: “Eu já passei por isso antes e sobrevivi.” “Há um porto, mesmo que invisível.” “Eu posso não controlar tudo, mas posso me manter inteira.” Quando a vida se reorganiza, nos desafia a confiar — em nós, no tempo, no invisível. 5. As pequenas reorganizações são fundamentais Nem toda mudança é drástica.Às vezes, a reorganização acontece em pequenos ajustes: Um novo hábito de autocuidado. Uma conversa que precisava ser dita. Um ambiente físico mais acolhedor. Um livro que abre uma nova perspectiva. Um gesto de compaixão consigo. Essas reorganizações silenciosas vão transformando nosso interior — e, com elas, a vida cria novos cenários para nós. O poder está na continuidade: pequenos passos que acabam redesenhando a rota. 6. A força da reconstrução após a ruína Quando a vida quebra, há o escuro — e o vazio.Mas existe ali, nesse espaço, uma força de reconstrução. Seus fragmentos não precisam ser descartados.Eles podem ser reintegrados — mais sábios, mais completos. O que você viveu? O que perdeu? Qual é a lição que sobrou? Desconstruir pode ser um ato revolucionário:quebrar o velho para dar lugar ao que faz mais sentido agora. A vida nunca se cansa de se reorganizar a nosso favor — mesmo que seja necessário passar pela tempestade. 7. Metamorfoses internas e externas Como a lagarta que se reclui no casulo, nossas mudanças mais profundas acontecem por dentro — em silêncio, na solidão da alma. Depois, quando emergimos, difícil reconhecer a mesma pessoa que iniciou a jornada. As metamorfoses da vida seguem esse padrão:silêncio interior→ reorganização interna→ transformação visível. A vida se reorganiza assim — sempre nos levando a versões mais genuínas de nós mesmas. 8. O convite para se permitir ser surpreendida O inesperado pode ser desconfortável — e também encantador. Quando abrimos espaço para o que não estava nos planos, descobrimos: novas paixões, novas pessoas, novos lugares, novos significados. A reorganização da vida nos convida a reescrever nossa história.E, às vezes, a mais bela parte ainda está por vir — escondida da nossa visão limitada. 9. Como apoiar essa reorganização em você Cultive paciência Espere sem pressa. Reconheça seu corpo pedindo por pausas. Faça ajustes suaves Perceba o que não serve mais. Dê adeus com gentileza. Pratique confiança Diga a si mesma: “Há algo maior cuidando de mim.” Celebre mesmo o invisível A gratidão pelas pequenas reorganizações interna já é manifestação de força. Mantenha um gesto de carinho diário Uma respiração consciente, uma palavra gentil, um momento sem culpa. 10. Emergência das flores no lugar certo No final, não é preciso correr para alcançar um destino. O florescimento acontece quando nutrimos o que importa — nossos valores, nossos sonhos, nossa alma. A vida se reorganiza luz — em formas que não cabem antes. É como se o universo dissesse: “Você ainda não vê.Mas confie. Ainda não sente. Mas espere. Não entende agora. Mas, logo, cairá no seu colo — de um jeito que superará todas as expectativas.” Para levar consigo A vida se reorganiza —e você está no coração dessa transformação. Você já ficou triste, sem saber sair do caminho —mas daqui saiu um novo começo. Você já sentiu que não seria capaz —e aqui está, inteira, respirando fundo. Você já foi menos forte —e descobriu forças que não sabia que existiam. A realidade é que a vida é sábia. Silenciosa, criativa, flexível. E ela pode muito mais para você do que jamais imaginou —quando você decide confiar, soltar controle e se abrir para o novo. Respire. Permita-se pausar. Celebre, no silêncio, as reorganizações que estão redescobrindo você. E lembre-se sempre: Há vida no movimento. E há vida na pausa. E em ambos, a vida se organiza — para te tornar ainda mais você. Com carinho, Girlande Oliveira

  • SENTIR É ESTAR INTEIRA

    Você não precisa agir sobre todos os sentimentos. Você precisa aprender a habitar seu corpo inteiro . Você já se pegou pensando que precisa consertar cada emoção no momento em que ela surge? Talvez tenha acreditado que sentir é fraqueza — ou que tentar se desconectar das sensações é sinal de força. Mas sentir é presença. E presença é estar inteira. 1. Sinta — sem se tornar prisioneira Sentir não é sinônimo de afundar. É ato de coragem. Quando você sente, você escuta seu corpo e sua alma. E, ao escutar, reconhece a profundidade do que pulsa dentro de você. Sentir não exige ação — apenas acolhimento. E, mesmo em emoções difíceis, há poder nisso. 2. Sinta, mas não se abandone Sentir é um direito. Mas se perder nos fluxos emocionais — sem limites nem respiros — pode ser doloroso. Habitar o sentir é saber que: você pode estar triste sem se afogar na tristeza; pode estar com medo sem deixar o medo comandar o presente; pode estar ansiosa sem largar o que é mais importante. Essa é a chave: Sinta. Mas permaneça. Permaneça inteira, mesmo que o coração aperte. 3. Aumente o espaço dentro de si — não para caber mais dor, mas para sustentar mais vida Imagine seu peito como um cômodo acolhedor, onde cada emoção tem lugar. Não é excesso. É capacidade. A cada respiração, você cria espaço: Para amar, sem sufocar. Para chorar, sem se afogar. Para rir, sem medo de ser alegre demais. Você constrói abrigo para tudo que pulsa em você — não para sufocar, mas para acolher. 4. Você não é apenas cabeça Quantas vezes você fez algo porque parecia “mais racional” — mesmo com o corpo dizendo o contrário? Quantas vezes você ignorou o coração em nome da lógica? Você não é apenas lógica nem pensamento. Você é corpo, coração, alma — e território sagrado que pulsa. Você é: A emoção que estremece na voz. O desejo que cria. O pressentimento que surge antes das palavras. A intuição que guia, silenciosa, os seus passos. Habitar esse espaço é um ato de honra por quem você é — toda você. 5. Permita-se mais um segundo, mais um minuto, mais uma respiração com o que está sentindo Quando a emoção aperta, você já tentou “seguir em frente”? Às vezes isso alivia. E outras vezes, adia o trabalho interno. O convite hoje é diferente:Respire.Fique.Permita-se estar com o que sente — por mais tempo do que você acha que aguenta. Um segundo pode diluir o peso; Um minuto pode trazer clareza; Uma respiração atenta pode te reconectar com seu centro. Quando você dá esse tempo, você dá abrigo a si mesma. 6. E quando sentir doer, não corra Diga a si: "Eu sou uma boa companhia pra mim, mesmo agora." Você é o acolhimento que precisa.Não a fuga, não o esquecimento, não a pressa. Mesmo que a dor insista, você está ali — presente, inteira, companheira. Essa frase é um abraço interno, um escudo contra a autopunição, um lembrete de que você não está sozinha no seu próprio corpo. Como aplicar esse lembrete no dia a dia 1. Comece o dia consciente Antes de abrir os olhos, respire. Observe o que sente: medo, expectativa, tensão, amor. Só isso, sem pressa nem culpa. 2. Ao longo do dia, use “paradas de respiração” Ponha lembretes no celular para parar um minuto. Enquanto respira, note o que vive em você sem julgar. 3. Escolha uma frase de autoacolhimento Use-a quando a emoção apertar: “Eu sou uma boa companhia pra mim.” “Estou aqui. Você está segura.” “Tudo bem sentir. Só sinto.” 4. Ao final do dia, reflita Escreva uma frase: “Hoje, eu senti…” E reconheça: não precisa explicar nem justificar. Só senti. 5. Movimente o sentir para o corpo Caminhe, dance, alongue, toque uma flor, escute o vento. Isso ajuda o que está preso a fluir — sem pressa, sem exigência. Por que esse lembrete importa - Aumenta sua presença Ao sentir, você ignora menos o que se passa dentro. - Cria equilíbrio emocional Emoções deixam de dominar — e o espaço dentro de você se fortalece. - Ajuda a construir amor-próprio Você tem sua atenção. Sua escuta. Seu abrigo. - Fomenta sua autenticidade Se sentir é operar a própria verdade. Palavras finais Hoje, talvez você esteja presa em tristeza, consumo de notícias ruins, sobrecarga de tarefas, arrependimentos. Talvez você esteja perdida, exausta, sensível, confusa. O que eu quero te lembrar agora é: Você não precisa agir  sobre tudo que sente. Mas você pode se permitir sentir — inteira. Porque sentir não é fraqueza. Sentir é existência. É morar no corpo. É viver a coragem de estar viva. Respire. Sinta. Permita-se estar — mais um segundo. E, se doer, abrace-se com gentileza: “Eu sou uma boa companhia pra mim, mesmo agora.” Você já é sua melhor casa. Com todo carinho, Girlande Oliveira

  • O amor verdadeiro começa onde você se encontra

    Hoje é 12 de junho. E enquanto o mundo estampa declarações, flores e presentes por todos os cantos, talvez você esteja sentindo um turbilhão de emoções mais silenciosas. Talvez você esteja amando. Talvez esteja sentindo saudade. Talvez esteja esperando, curando, encerrando um ciclo, ou apenas tentando manter a calma no meio de tantas expectativas externas. O que você precisa ouvir hoje não é uma receita para ser feliz a dois. É um lembrete simples e profundo: o amor verdadeiro começa onde você se encontra. Amar de verdade é um ato de presença Amar não é só ter alguém do lado. Amar é estar. É escolher todos os dias a escuta, a verdade, o cuidado. Se você está em um relacionamento, talvez o maior presente de hoje seja a sua presença total. Olhar nos olhos. Desligar o automático. Sentar à mesa sem celular. Perguntar: “Como você tem se sentido nos últimos dias?” Se você está sozinha, esse mesmo gesto pode ser voltado a si: Você tem se escutado?Tem perguntado a si mesma como está se sentindo — sem julgamentos, sem tentar consertar nada? Amar é estar. E estar, às vezes, é mais transformador do que qualquer palavra dita ou buquê entregue. A armadilha da expectativa Datas como o Dia dos Namorados carregam um peso invisível: a expectativa de que algo mágico aconteça. Mas o amor real nem sempre é mágico. Às vezes, ele é silencioso. Às vezes, é atravessar dias difíceis juntos. Às vezes, é estar sozinha sem fugir de si. A frustração vem quando a gente espera do outro (ou da vida) aquilo que não conseguiu oferecer a si mesma. Por isso, o maior antídoto para essa armadilha é a verdade: Como você está se sentindo hoje? O que você precisa — de verdade — nesse momento? Nem sempre a resposta virá com brilho e romance. Mas ela virá com honestidade.E isso já é amor. Se você está com alguém Celebre, sim. Mas celebre o que é real. O que tem sido construído com esforço, cuidado e presença. Evite comparações com outros casais. Desfaça a ideia de perfeição. Honre o caminho percorrido juntos — mesmo que cheio de altos e baixos. Hoje pode ser um dia de carinho, de abraço demorado, de conversa sincera. Você não precisa viver um comercial de TV. Precisa apenas estar com o coração aberto. Se você está sozinha Talvez seu coração esteja cicatrizando. Ou esperando. Ou aprendendo a se sentir confortável na própria companhia. Seja qual for o seu lugar hoje, ele merece respeito. Mais do que isso: merece cuidado. Amor próprio não é sobre estar resolvida. É sobre continuar escolhendo a si, mesmo quando tudo parece frágil ou confuso. Hoje, escolha um gesto de carinho por você: Cozinhe algo que você ama. Tome um banho com calma, ouvindo música. Escreva uma carta para o seu “eu” do futuro — aquela mulher que você está se tornando. Você merece flores — e pode começar se oferecendo. O que o Dia dos Namorados pode nos ensinar Mais do que uma data comercial ou romântica, o 12 de junho pode ser um convite. Um convite para: Reler suas histórias de amor com mais gentileza. Recomeçar, se for preciso, de um lugar mais consciente. Acolher suas memórias sem rancor. Agradecer o que foi, mesmo que tenha terminado. Olhar para si como parte essencial do processo amoroso. O amor não se limita ao outro. Ele começa quando você se trata como alguém digno de ser cuidado — por você. Se estiver difícil hoje… Lembre-se: Você não está errada por estar solteira. Você não está atrasada na vida. Você não é menos por não ter alguém ao seu lado neste momento. Você não precisa se forçar a estar bem. Se hoje for um dia mais silencioso, mais introspectivo, mais melancólico — tudo bem. Respeite. Sinta. Acolha. Você está crescendo, mesmo assim.Você está se reconstruindo, mesmo que em silêncio.Você está amando — talvez pela primeira vez, a si mesma, com verdade. Para levar consigo O amor verdadeiro não começa em outro alguém. Ele começa no encontro com quem você é hoje  — inteira ou em pedaços, com ou sem certezas. Hoje, 12 de junho, talvez você não tenha tudo o que idealizou. Mas você tem algo que é ainda mais valioso: a oportunidade de escolher o amor com mais consciência. Você pode escolher cuidar, escutar, estar. Você pode escolher soltar o que não te serve mais. Você pode escolher seguir mais leve, mais honesta consigo, mais aberta ao novo. E pode, acima de tudo, lembrar que o amor que você busca… também está buscando você. Com amor, Girlande Oliveira

  • Quando o amor não vem de fora, é hora de buscar dentro

    Dia 11 de junho. Véspera do Dia dos Namorados. Flores se acumulam nas vitrines, as lojas anunciam promoções, os restaurantes já estão cheios de reservas. E, em meio a tudo isso, há quem sinta o peito apertado. Porque essa data, que parece ser feita para celebrar o amor, nem sempre encontra todos os corações prontos, acompanhados ou em festa. Alguns estão partidos. Outros, em silêncio. Alguns esperando. Outros tentando se curar. Hoje quero escrever para você que talvez esteja vivendo esse momento com um pouco de melancolia, dúvida ou até resistência. Quero dizer que você não está sozinha. E que talvez — só talvez — o que você precisa agora não é de um par, mas de um reencontro com você mesma. A dor silenciosa de não estar “no script” A gente cresce assistindo a comédias românticas, ouvindo músicas sobre grandes amores e criando roteiros mentais do que “deveria acontecer”. O Dia dos Namorados se encaixa perfeitamente nesse enredo:um jantar especial, uma mensagem cheia de emoção, talvez uma surpresa. Mas a vida real nem sempre entrega o que o cinema promete. Às vezes, a gente se vê solteira depois de uma relação que não funcionou. Ou acompanhada, mas se sentindo sozinha por dentro. Ou em pausa afetiva, tentando reorganizar tudo antes de voltar a confiar. E nesses momentos, datas como essa se tornam espelhos incômodos. Não porque você esteja errada. Mas porque o mundo parece ter esquecido que existem muitas formas de viver o amor e nem todas precisam ser a dois. O amor que começa por dentro A ausência de um par não é ausência de valor. Não estar em um relacionamento não significa que você é menos amável, menos desejável ou menos merecedora. Talvez, nesse momento, o que sua alma esteja pedindo é um outro tipo de amor:aquele que começa dentro. Que se olha com mais ternura. Que se sustenta com mais paciência. Que não depende de validação externa para existir. Talvez essa seja a sua chance de se reconhecer, não como quem espera ser amada, mas como quem escolhe se amar . Três movimentos possíveis para esse momento Se você está atravessando essa semana com o coração mais introspectivo, aqui vão três movimentos simples que podem te ajudar a viver o 11 de junho com mais leveza e verdade: 1. Permita-se sentir sem se apressar Você não precisa se convencer de que está tudo bem o tempo todo. Nem precisa mascarar a saudade com uma “independência forçada”. Se estiver doendo, sinta. Se estiver pesado, escreva. Se precisar chorar, chore. Isso também é parte do seu caminho de cura . Você pode ser forte e vulnerável ao mesmo tempo. Você pode estar em silêncio e ainda assim, inteira. 2. Honre o que já foi vivido Às vezes, o que nos dói não é a ausência do outro, mas a lembrança daquilo que sonhamos e não aconteceu . Honrar esse amor (mesmo que tenha terminado) é um jeito de validar sua história. Você viveu com verdade. Você sentiu com profundidade. E isso nunca é fracasso, é coragem. Hoje, se quiser, faça um pequeno ritual: Escreva uma carta de gratidão e despedida para o que passou. Não precisa enviar a ninguém. Só precisa soltar, com delicadeza, o que ainda pesa. 3. Celebre sua companhia Mesmo que você deseje amar alguém no futuro, isso não impede que você seja boa companhia para si agora . Faça algo simbólico amanhã, no dia 12: Um café da manhã especial para você. Um banho com calma e intenção. Um tempo sem pressa para algo que te nutre (ler, dançar, caminhar, escrever). Uma ligação para uma amiga querida. Amor não é só o que se vive no romance. É o que se constrói todos os dias, nos gestos pequenos que dizem: "Eu me importo comigo." Não é sobre ignorar o amor — é sobre ressignificá-lo Não estar em um relacionamento não te exclui da experiência amorosa.Porque o amor é muito mais amplo do que uma relação entre duas pessoas. O amor mora no cuidado. Na escuta. Na presença. No respeito aos próprios limites. Na coragem de seguir, mesmo com medo. Talvez, nesse exato momento, você esteja se preparando para amar melhor . Talvez, esse período de solitude esteja curando feridas que você nem sabia que carregava. E talvez, amanhã, quando as vitrines parecerem gritar “felizes para sempre”, você escolha sussurrar uma outra frase: "Eu também estou vivendo uma história de amor. Comigo." Para levar consigo Hoje, 11 de junho, véspera do Dia dos Namorados, talvez o convite não seja esperar um gesto do outro, mas acolher o gesto mais importante que você pode receber: o seu próprio. Um carinho em si. Um pensamento gentil. Um silêncio respeitado. Uma lembrança honrada. Uma nova intenção plantada. Porque quando o amor não vem de fora, ele pode — e deve — ser cultivado dentro. E quando ele florescer aí, na sua alma, você vai perceber: você nunca esteve só. Com todo afeto, Girlande Oliveira

Girlande Oliveira com fundo inspirador sobre autoconhecimento e superação emocional.
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