SENTIR É ESTAR INTEIRA
- Girlande Oliveira
- 14 de jun.
- 3 min de leitura
Você não precisa agir sobre todos os sentimentos.
Você precisa aprender a habitar seu corpo inteiro.
Você já se pegou pensando que precisa consertar cada emoção no momento em que ela surge?
Talvez tenha acreditado que sentir é fraqueza — ou que tentar se desconectar das sensações é sinal de força.
Mas sentir é presença.
E presença é estar inteira.
1. Sinta — sem se tornar prisioneira
Sentir não é sinônimo de afundar.
É ato de coragem.
Quando você sente, você escuta seu corpo e sua alma.
E, ao escutar, reconhece a profundidade do que pulsa dentro de você.
Sentir não exige ação — apenas acolhimento.
E, mesmo em emoções difíceis, há poder nisso.
2. Sinta, mas não se abandone
Sentir é um direito.
Mas se perder nos fluxos emocionais — sem limites nem respiros — pode ser doloroso.
Habitar o sentir é saber que:
você pode estar triste sem se afogar na tristeza;
pode estar com medo sem deixar o medo comandar o presente;
pode estar ansiosa sem largar o que é mais importante.
Essa é a chave:
Sinta.
Mas permaneça.
Permaneça inteira, mesmo que o coração aperte.
3. Aumente o espaço dentro de si — não para caber mais dor,
mas para sustentar mais vida
Imagine seu peito como um cômodo acolhedor, onde cada emoção tem lugar.
Não é excesso. É capacidade.
A cada respiração, você cria espaço:
Para amar, sem sufocar.
Para chorar, sem se afogar.
Para rir, sem medo de ser alegre demais.
Você constrói abrigo para tudo que pulsa em você — não para sufocar, mas para acolher.
4. Você não é apenas cabeça
Quantas vezes você fez algo porque parecia “mais racional” — mesmo com o corpo dizendo o contrário?
Quantas vezes você ignorou o coração em nome da lógica?
Você não é apenas lógica nem pensamento.
Você é corpo, coração, alma — e território sagrado que pulsa.
Você é:
A emoção que estremece na voz.
O desejo que cria.
O pressentimento que surge antes das palavras.
A intuição que guia, silenciosa, os seus passos.
Habitar esse espaço é um ato de honra por quem você é — toda você.
5. Permita-se mais um segundo, mais um minuto,
mais uma respiração com o que está sentindo
Quando a emoção aperta, você já tentou “seguir em frente”?
Às vezes isso alivia. E outras vezes, adia o trabalho interno.
O convite hoje é diferente:Respire.Fique.Permita-se estar com o que sente — por mais tempo do que você acha que aguenta.
Um segundo pode diluir o peso;
Um minuto pode trazer clareza;
Uma respiração atenta pode te reconectar com seu centro.
Quando você dá esse tempo, você dá abrigo a si mesma.
6. E quando sentir doer, não corra
Diga a si:"Eu sou uma boa companhia pra mim, mesmo agora."
Você é o acolhimento que precisa.Não a fuga, não o esquecimento, não a pressa.
Mesmo que a dor insista, você está ali — presente, inteira, companheira.
Essa frase é um abraço interno, um escudo contra a autopunição, um lembrete de que você não está sozinha no seu próprio corpo.
Como aplicar esse lembrete no dia a dia
1. Comece o dia consciente
Antes de abrir os olhos, respire.
Observe o que sente: medo, expectativa, tensão, amor.
Só isso, sem pressa nem culpa.
2. Ao longo do dia, use “paradas de respiração”
Ponha lembretes no celular para parar um minuto.
Enquanto respira, note o que vive em você sem julgar.
3. Escolha uma frase de autoacolhimento
Use-a quando a emoção apertar:
“Eu sou uma boa companhia pra mim.”
“Estou aqui. Você está segura.”
“Tudo bem sentir. Só sinto.”
4. Ao final do dia, reflita
Escreva uma frase:“Hoje, eu senti…”E reconheça: não precisa explicar nem justificar.
Só senti.
5. Movimente o sentir para o corpo
Caminhe, dance, alongue, toque uma flor, escute o vento.
Isso ajuda o que está preso a fluir — sem pressa, sem exigência.
Por que esse lembrete importa
- Aumenta sua presença
Ao sentir, você ignora menos o que se passa dentro.
- Cria equilíbrio emocional
Emoções deixam de dominar — e o espaço dentro de você se fortalece.
- Ajuda a construir amor-próprio
Você tem sua atenção. Sua escuta. Seu abrigo.
- Fomenta sua autenticidade
Se sentir é operar a própria verdade.
Palavras finais
Hoje, talvez você esteja presa em tristeza, consumo de notícias ruins, sobrecarga de tarefas, arrependimentos.
Talvez você esteja perdida, exausta, sensível, confusa.
O que eu quero te lembrar agora é:
Você não precisa agir sobre tudo que sente.
Mas você pode se permitir sentir — inteira.
Porque sentir não é fraqueza.
Sentir é existência.
É morar no corpo.
É viver a coragem de estar viva.
Respire.
Sinta.
Permita-se estar — mais um segundo.
E, se doer, abrace-se com gentileza:
“Eu sou uma boa companhia pra mim, mesmo agora.”
Você já é sua melhor casa.
Com todo carinho,
Girlande Oliveira




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