Quando o amor não vem de fora, é hora de buscar dentro
- Girlande Oliveira
- 11 de jun.
- 4 min de leitura
Dia 11 de junho.
Véspera do Dia dos Namorados.
Flores se acumulam nas vitrines, as lojas anunciam promoções, os restaurantes já estão cheios de reservas.
E, em meio a tudo isso, há quem sinta o peito apertado.
Porque essa data, que parece ser feita para celebrar o amor, nem sempre encontra todos os corações prontos, acompanhados ou em festa.
Alguns estão partidos.
Outros, em silêncio.
Alguns esperando.
Outros tentando se curar.
Hoje quero escrever para você que talvez esteja vivendo esse momento com um pouco de melancolia, dúvida ou até resistência.
Quero dizer que você não está sozinha.
E que talvez — só talvez — o que você precisa agora não é de um par, mas de um reencontro com você mesma.
A dor silenciosa de não estar “no script”
A gente cresce assistindo a comédias românticas, ouvindo músicas sobre grandes amores e criando roteiros mentais do que “deveria acontecer”.
O Dia dos Namorados se encaixa perfeitamente nesse enredo:um jantar especial, uma mensagem cheia de emoção, talvez uma surpresa.
Mas a vida real nem sempre entrega o que o cinema promete.
Às vezes, a gente se vê solteira depois de uma relação que não funcionou.
Ou acompanhada, mas se sentindo sozinha por dentro.
Ou em pausa afetiva, tentando reorganizar tudo antes de voltar a confiar.
E nesses momentos, datas como essa se tornam espelhos incômodos.
Não porque você esteja errada.
Mas porque o mundo parece ter esquecido que existem muitas formas de viver o amor e nem todas precisam ser a dois.
O amor que começa por dentro
A ausência de um par não é ausência de valor.
Não estar em um relacionamento não significa que você é menos amável, menos desejável ou menos merecedora.
Talvez, nesse momento, o que sua alma esteja pedindo é um outro tipo de amor:aquele que começa dentro.
Que se olha com mais ternura.
Que se sustenta com mais paciência.
Que não depende de validação externa para existir.
Talvez essa seja a sua chance de se reconhecer, não como quem espera ser amada, mas como quem escolhe se amar.
Três movimentos possíveis para esse momento
Se você está atravessando essa semana com o coração mais introspectivo, aqui vão três movimentos simples que podem te ajudar a viver o 11 de junho com mais leveza e verdade:
1. Permita-se sentir sem se apressar
Você não precisa se convencer de que está tudo bem o tempo todo.
Nem precisa mascarar a saudade com uma “independência forçada”.
Se estiver doendo, sinta.
Se estiver pesado, escreva.
Se precisar chorar, chore.
Isso também é parte do seu caminho de cura.
Você pode ser forte e vulnerável ao mesmo tempo.
Você pode estar em silêncio e ainda assim, inteira.
2. Honre o que já foi vivido
Às vezes, o que nos dói não é a ausência do outro, mas a lembrança daquilo que sonhamos e não aconteceu.
Honrar esse amor (mesmo que tenha terminado) é um jeito de validar sua história.
Você viveu com verdade.
Você sentiu com profundidade.
E isso nunca é fracasso, é coragem.
Hoje, se quiser, faça um pequeno ritual:
Escreva uma carta de gratidão e despedida para o que passou.
Não precisa enviar a ninguém.
Só precisa soltar, com delicadeza, o que ainda pesa.
3. Celebre sua companhia
Mesmo que você deseje amar alguém no futuro, isso não impede que você seja boa companhia para si agora.
Faça algo simbólico amanhã, no dia 12:
Um café da manhã especial para você.
Um banho com calma e intenção.
Um tempo sem pressa para algo que te nutre (ler, dançar, caminhar, escrever).
Uma ligação para uma amiga querida.
Amor não é só o que se vive no romance.
É o que se constrói todos os dias, nos gestos pequenos que dizem:"Eu me importo comigo."
Não é sobre ignorar o amor — é sobre ressignificá-lo
Não estar em um relacionamento não te exclui da experiência amorosa.Porque o amor é muito mais amplo do que uma relação entre duas pessoas.
O amor mora no cuidado.
Na escuta.
Na presença.
No respeito aos próprios limites.
Na coragem de seguir, mesmo com medo.
Talvez, nesse exato momento, você esteja se preparando para amar melhor.
Talvez, esse período de solitude esteja curando feridas que você nem sabia que carregava.
E talvez, amanhã, quando as vitrines parecerem gritar “felizes para sempre”, você escolha sussurrar uma outra frase:
"Eu também estou vivendo uma história de amor. Comigo."
Para levar consigo
Hoje, 11 de junho, véspera do Dia dos Namorados, talvez o convite não seja esperar um gesto do outro, mas acolher o gesto mais importante que você pode receber: o seu próprio.
Um carinho em si.
Um pensamento gentil.
Um silêncio respeitado.
Uma lembrança honrada.
Uma nova intenção plantada.
Porque quando o amor não vem de fora, ele pode — e deve — ser cultivado dentro.
E quando ele florescer aí, na sua alma, você vai perceber:
você nunca esteve só.
Com todo afeto,
Girlande Oliveira
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