O Primeiro Dia "Depois"
- Girlande Oliveira
- 27 de jan.
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de fev.
O primeiro dia depois é sempre o mais difícil.
Depois do término.
Depois da dor.
Depois de um sonho que desmoronou.
Esse é o dia em que acordamos e, por um instante, esquecemos o que aconteceu. Até que a realidade nos encontra, e tudo pesa de novo. O travesseiro já não acolhe, o café não tem gosto, e o tempo parece se arrastar.
A mente repassa os detalhes como um filme que não pedimos para assistir. "E se eu tivesse feito diferente?" "E se eu tivesse tentado mais?" "E se...?"
Os e se não mudam o passado. Mas te prendem nele.
A dor de existir no presente
No primeiro dia depois, até as coisas mais simples parecem exigir um esforço absurdo. Levantar da cama? Difícil. Comer direito? Sem vontade. Responder mensagens? Cansa só de pensar.
Porque o luto – seja pelo fim de um relacionamento, por uma perda, por uma fase da vida – tem um peso invisível. E ninguém nos ensina a carregar.
Nos dizem para ser fortes, seguir em frente, pensar positivo. Mas e quando tudo o que conseguimos fazer é apenas existir?
Mas sabe de uma coisa? Você já começou.
Por mais estranho que pareça, você já está no processo de cura.
Porque mesmo sem perceber, você sobreviveu à primeira noite. Porque, mesmo sem saber exatamente como, você chegou até esse dia. E o primeiro dia depois pode ser um dos mais dolorosos, mas também é aquele onde, sem perceber, a reconstrução começa.
Hoje, talvez, você só consiga respirar fundo e seguir no automático. Amanhã, talvez, um sorriso escape sem querer. Depois de amanhã, talvez, a vida comece a ter cor de novo.
E um dia, sem perceber, o depois vira um novo começo.
Se você está vivendo esse primeiro dia depois, respire. Não há nada que você precise fazer agora além de existir. O recomeço não acontece de uma vez – ele acontece um passo por vez.
E você já deu o primeiro. 💛
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