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Como atravessar a dor e se reencontrar

  • Foto do escritor: Girlande Oliveira
    Girlande Oliveira
  • 9 de mai.
  • 4 min de leitura

Um coração partido não é apenas uma metáfora bonita — ele é real. Ele dói no peito, na garganta, nos ombros. Ele pesa no corpo, embaralha os pensamentos, confunde as emoções. Ele não distingue idade, classe social, crença ou contexto.


Um coração partido nos visita quando um amor acaba, quando uma amizade se desfaz, quando um sonho desmorona, quando uma perda nos atravessa, quando a vida nos obriga a dizer adeus ao que não queríamos soltar.


E a verdade que quase ninguém conta é que ninguém sai ileso de um coração partido.Mas também é verdade que ele não é o fim — ele pode ser o começo de algo novo.


Hoje quero oferecer um guia: não para consertar o que quebrou, porque nem tudo precisa ser consertado, mas para ajudar você a atravessar o caos interno e encontrar um caminho de volta para si mesma.


1. Reconheça: está doendo


O primeiro passo não é “superar”, não é “esquecer”, não é “seguir em frente”.O primeiro passo é reconhecer: está doendo.

Negar a dor não a diminui — apenas a empurra para o subterrâneo da alma, onde ela ganha força.

Diga para si mesma:

  • Eu estou triste.

  • Eu estou decepcionada.

  • Eu estou sentindo saudade.

  • Eu estou com raiva.

Permita-se sentir.Chore se precisar.Fique em silêncio se precisar.Peça colo se puder.

A dor precisa ser acolhida antes de ser transformada.


2. Não se apresse


O mundo tem pressa. As pessoas têm pressa.Mas o coração partido não tem relógio.

O tempo do luto emocional é único para cada pessoa.Não existe um prazo para deixar de doer.

Permita-se:

  • Acordar bem num dia e mal no outro.

  • Rir em um momento e chorar no seguinte.

  • Ficar vulnerável sem se sentir fraca.

O recomeço não acontece de uma só vez — ele é feito de pequenos momentos de leveza que vão, aos poucos, preenchendo os espaços vazios.


3. Cuide do corpo


Quando o coração quebra, o corpo sente.Você pode perceber:

  • Falta ou excesso de apetite.

  • Insônia ou sono em excesso.

  • Cansaço extremo.

  • Tensão muscular.

  • Aperto no peito.


O corpo precisa de cuidados, porque ele é o lugar onde a dor mora.


Pratique:

  • Comer de forma nutritiva, mesmo que simples.

  • Beber água.

  • Fazer pequenas caminhadas.

  • Respirar fundo, intencionalmente.

  • Alongar-se, mexer-se com suavidade.

Cuidar do corpo é um jeito de dizer para si mesma: Eu estou aqui por mim.


4. Não busque anestesia, busque presença


É tentador buscar formas de anestesiar a dor:

  • Engatar um novo relacionamento rapidamente.

  • Trabalhar até a exaustão.

  • Usar redes sociais como fuga.

  • Comer ou beber compulsivamente.


Mas anestesiar não cura — só adia.


O convite é outro: fique presente.Respire no meio do desconforto.Observe o que está acontecendo dentro de você.Não lute contra os sentimentos — abrace-os.

Isso não significa se afundar na dor, mas permitir que ela passe por você, sem se transformar em prisão.


5. Escreva sua dor


A escrita é uma aliada poderosa no processo de cura.Ela organiza, revela, acolhe.

Sugestões:

  • Escreva cartas (que você pode ou não enviar).

  • Faça um diário para registrar seus altos e baixos.

  • Escreva listas do que você está aprendendo.

  • Escreva sobre memórias boas e ruins.

Escrever não exige gramática perfeita nem final feliz.Exige apenas sinceridade.


6. Construa uma rede de apoio


Você não precisa atravessar essa dor sozinha.

Procure:

  • Amigas que escutam sem julgamento.

  • Familiares que oferecem presença.

  • Grupos de apoio.

  • Terapeutas ou profissionais que possam ajudar.

Às vezes, só precisamos de alguém que diga: Eu vejo sua dor, e eu estou aqui.


7. Transforme a dor em aprendizado


Um coração partido não é só destruição — ele pode ser reconstrução.

Com o tempo (e apenas quando estiver pronta), pergunte a si mesma:

  • O que eu aprendi sobre mim?

  • O que eu não quero repetir?

  • O que eu valorizo mais hoje?

  • Que partes minhas precisam de mais cuidado?

Transformar dor em aprendizado não significa romantizar o sofrimento, mas dar a ele um sentido que nos ajude a crescer.


8. Celebre os pequenos recomeços


O recomeço não é um evento.Ele acontece discretamente.

  • No dia em que você percebe que dormiu bem.

  • No momento em que ri de algo espontaneamente.

  • No instante em que percebe que não pensou na dor o dia inteiro.

  • Na vontade de fazer planos simples.

Celebre cada pequeno avanço.A cura não é um salto — é um caminhar gentil, passo a passo.


9. Honre a sua história


Você não precisa apagar o que viveu.O amor que você sentiu foi real.Os momentos bons foram reais. As memórias fazem parte da sua jornada.

Honrar a história significa:

  • Guardar o que foi bonito.

  • Perdoar o que não foi possível.

  • Deixar ir o que não cabe mais.

Honrar a história é permitir que ela fique no lugar certo: no passado, como parte de quem você é — não como prisão.


10. Redescubra quem você é


Quando um coração se parte, às vezes nos perdemos.Mas também surge a oportunidade de nos reencontrarmos.

Pergunte-se:

  • Quem sou eu agora?

  • O que me dá alegria?

  • O que me move?

  • O que eu quero experimentar daqui para frente?

Use esse momento para explorar novas partes suas.Você não precisa se reinventar completamente — basta se reconectar.


Para levar consigo


Um coração partido dói.Dói muito.Mas ele não é o fim.

Ele é o convite para olhar para si mesma com mais ternura.Ele é o chamado para voltar para casa, para dentro.Ele é o lembrete de que você é capaz de reconstruir-se — não apesar da dor, mas também por causa dela.


Se hoje você está atravessando essa dor, eu quero te dizer:

  • Você não precisa ter pressa.

  • Você não precisa ter todas as respostas.

  • Você não precisa fazer isso sozinha.


Você só precisa dar um passo de cada vez.E, quando menos esperar, perceberá que seu coração não está mais partido — ele está cicatrizado, mais forte, mais sábio, mais vivo.


Com carinho,

Girlande Oliveira

 
 
 

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Girlande Oliveira com fundo inspirador sobre autoconhecimento e superação emocional.
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