Como praticar a calma num oceano de ansiedade
- Girlande Oliveira
- 19 de fev.
- 4 min de leitura
Vivemos em tempos acelerados. As notificações não param, as demandas parecem infinitas e a mente nunca desliga. O mundo nos convida a correr, enquanto nossa alma pede pausa. Se você sente que está navegando em um oceano de ansiedade, saiba que há formas de ancorar a calma e encontrar um porto seguro dentro de si.
Praticar a calma não significa ignorar o que acontece ao redor, mas aprender a reagir de forma mais consciente e equilibrada.
Hoje, quero compartilhar caminhos práticos para trazer mais serenidade ao seu dia, mesmo quando a ansiedade insiste em te arrastar para águas turbulentas.
A origem da ansiedade: por que nos sentimos assim?
Antes de falarmos sobre soluções, é importante entender de onde vem a ansiedade. No fundo, ela é uma resposta natural do nosso cérebro para nos proteger do perigo. O problema é que essa resposta se tornou exagerada nos tempos modernos, fazendo com que nos sintamos ameaçados o tempo todo — mesmo sem um perigo real e imediato.
O excesso de preocupações, o medo do futuro, as incertezas da vida e a autocobrança são grandes gatilhos para esse estado mental. E, sem perceber, vamos nos afogando nesse mar de inquietação.
A importância de aprender a cultivar a calma
Acalmar-se não é um luxo, mas uma necessidade. Quando estamos tranquilos, conseguimos tomar decisões melhores, ter mais clareza mental e cuidar melhor de nós mesmos e das nossas relações. Além disso, reduzir a ansiedade impacta diretamente nossa saúde física, prevenindo problemas como insônia, dores musculares e até doenças cardiovasculares.
Mas como fazer isso na prática? Vamos às estratégias!
1. Respiração consciente: a âncora da calma
Quando a ansiedade surge, a respiração se torna curta e acelerada. É como se o corpo estivesse se preparando para fugir de um perigo invisível. Para interromper esse ciclo, experimente a respiração diafragmática:
Inspire profundamente pelo nariz, contando até quatro.
Segure o ar por dois segundos.
Solte lentamente pela boca, contando até seis.
Repita por alguns minutos.
Esse exercício envia uma mensagem ao seu sistema nervoso de que está tudo bem, ajudando a reduzir a sensação de alerta constante.
2. Mindfulness: esteja onde seus pés estão
A ansiedade nos leva para um futuro incerto. Para trazer a mente de volta ao presente, pratique o mindfulness, que nada mais é do que prestar atenção ao agora, sem julgamentos.
Observe a temperatura do ar ao respirar.
Sinta a textura dos objetos ao seu redor.
Saboreie cada mordida da sua refeição.
Perceba o contato dos seus pés com o chão.
Aos poucos, essa prática se torna natural e evita que você seja arrastado pelo turbilhão de pensamentos ansiosos.
3. Desacelere sua rotina
Vivemos no automático, sempre correndo contra o tempo. Mas será que precisamos mesmo dessa pressa toda? Tente criar pequenos momentos de pausa consciente no seu dia:
Ao acordar, respire fundo antes de pegar o celular.
Faça suas refeições com calma, sem distrações.
Caminhe mais devagar, prestando atenção ao movimento do seu corpo.
Tire alguns minutos para alongar ou fechar os olhos e apenas estar.
Essas pequenas mudanças fazem uma grande diferença na sua sensação de tranquilidade.
4. Reprograme seus pensamentos
Muitas vezes, a ansiedade vem de pensamentos catastróficos: “E se tudo der errado?”, “E se eu não conseguir?”. Esses pensamentos são apenas suposições, não realidades.
Sempre que perceber um pensamento ansioso, pergunte-se:
Isso é um fato ou apenas um medo?
O que posso fazer agora para lidar com essa situação?
Já passei por desafios antes. O que me ajudou a superá-los?
Ao desafiar esses pensamentos, você reduz o impacto deles e fortalece sua confiança para enfrentar as situações com mais calma.
5. O poder do corpo sobre a mente
Seu corpo e sua mente estão conectados. Isso significa que mudanças na sua rotina física podem ajudar a acalmar a ansiedade. Algumas práticas que funcionam:
Exercícios físicos: ajudam a liberar tensões e regulam os hormônios do estresse.
Banhos quentes: relaxam a musculatura e acalmam a mente.
Chás naturais: como camomila, valeriana e erva-cidreira têm efeito calmante.
Sono de qualidade: manter um horário fixo para dormir ajuda a equilibrar o sistema nervoso.
Pequenos cuidados diários fazem uma grande diferença no longo prazo.
6. Conecte-se com o que te faz bem
Muitas vezes, nos sentimos ansiosos porque estamos desconectados de nós mesmos.
Pergunte-se: o que te faz bem de verdade?
Ouvir uma música relaxante?
Pintar, escrever ou tocar um instrumento?
Estar na natureza?
Conversar com alguém que te faz bem?
Reserve um tempo para essas atividades. Elas funcionam como um refúgio de paz no meio do caos.
7. Aceite o que não pode ser controlado
Nem tudo está em nossas mãos, e tudo bem. O desejo de controle muitas vezes alimenta a ansiedade. Quando algo estiver fora do seu alcance, tente se lembrar:
O que posso controlar nessa situação?
O que eu preciso simplesmente aceitar e deixar fluir?
A entrega é um ato poderoso. Quando paramos de lutar contra o inevitável, abrimos espaço para a paz.
Para levar consigo
A calma não é um destino, mas um exercício diário. Praticá-la em meio à ansiedade é um ato de amor próprio, um compromisso com o seu bem-estar.
Respire. Confie. Viva um dia de cada vez.
Com paciência,
Girlande Oliveira
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